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Da ONJT para o mundo: conheça a história da atleta que ficou na final do Mundial de Atletismo, na Finlândia

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Da ONJT para o mundo: conheça a história da atleta que ficou na final do Mundial de Atletismo, na Finlândia

Em 26 de junho deste ano, a servidora aposentada do TRT21-RN Sueda Coque pegou seu tênis, saiu da sua casa em Natal, Rio Grande do Norte, e foi para o aeroporto com um único objetivo: representar o Brasil no Mundial de Atletismo Master, na cidade de Tampere, na Finlândia. De volta ao país, ela nos contou como foi conquistar a final da prova de 200m e competir entre as mulheres mais rápidas do mundo, bem como sua história com o esporte, que começou (alerta de spoiler) na Olimpíada Nacional da Justiça do Trabalho.

  1. Você ficou entre as finalistas em Tampere e teve ótimas marcas na última ONJT. O esporte sempre fez parte da sua vida?

Minha iniciação esportiva já foi na fase adulta com 38 anos. A infância e adolescência foram difíceis neste quesito. Estudei em colégio público, na periferia de São Paulo. A estrutura física era muito precária, os colégios eram muito ruins, não tinha sequer quadra esportiva! A disciplina de educação física era só para cumprir a grade! Fui ter uma primeira participação em esporte na faculdade que, por falta de atleta, me chamaram para participar do handebol, nos jogos que acontecem, anualmente, entre as faculdades de odontologia do estado! Com o desempenho nos jogos, entendi que eu tinha velocidade. Esta descoberta ficou guardada!

Me formei e fui morar em Natal. Passei no concurso do TRT.

Em 2004, a terceira olimpíada da Justiça do Trabalho, aconteceu lá em Natal. Como não tinha habilidade em outro esporte, resolvi participar do atletismo e ganhei a prova dos 100m! Foi muito marcante pra mim porque eu sabia da existência de uma atleta, de Sergipe, que era muito forte e já tinha ganhado as outras duas Olimpíadas, por isso, não achava que pudesse conseguir!

  1. Então a sua primeira competição em atletismo foi na ONJT. Que legal! E quando você começou a participar de outras competições?

Depois disso, recebi um convite do técnico, José Figueiredo, para continuar treinando! Em 2006, a atleta Magnólia Figueiredo, esposa do técnico, um ícone do atletismo brasileiro, me convidou para montar um grupo de revezamento 4×100, em um Sul-Americano que aconteceu no Rio de Janeiro. Foi minha primeira participação em competição internacional. Ganhamos o ouro, me empolguei e continuei treinando.

Em 2007, fui ao meu primeiro mundial, que aconteceu na Itália. De lá para cá, tenho ido a quase todos! Em 2009 foi em Lahti, na Finlândia; em 2014 em Lyon, França; 2016 em Perth, Austrália; 2018 Málaga, Espanha e agora em 2022 em Tampere, Finlândia.

  1. Em Tampere, você participou de duas provas: 100 e 200m. Como foi a sua participação no campeonato?

Fui uma das 31 atletas da delegação brasileira. Conseguimos a vigésima quarta colocação, de um total de 86 países! Na semifinal dos 100m, senti o posterior da coxa direita quase me tirando dos 200 que é minha melhor prova. Mas, acabou dando para fazer. Nos 100m, classifiquei com 14:03 e semifinal 14:05, não deu final. A britânica foi a última finalista com 14:04. Nos 200m, fui para final com o tempo 28:91. Na prova da final piorei, com o tempo 29:16. Fiquei em oitavo nos 200 e em nono nos 100, de um total de 25 atletas!

  1. Como faz para participar do Mundial Atletismo Master? Essa foi sua melhor colocação na competição?

Para participar desta competição basta ser filiado à Associação Brasileira de Atletismo Master (Abram) e treinar bastante (risos). Minha melhor colocação em mundial foi na Austrália com sexto lugar, nos 200m.

  1. A pandemia atrapalhou na preparação? O que te motivou a participar do Mundial?

Em 2010 eu precisei voltar para trabalhar na Paraíba, no TRT13. Meus treinos passaram a ser lá, na pista da universidade, com a técnica Irenilta Nunes.

Nos últimos dois anos, os treinos em pistas foram sacrificados, pois as pistas foram fechadas. Tive que adaptar os treinos que foram substituídos pelo Crossfit e trabalho de força e velocidade na praia. Não é o ideal, porque a areia segura muito o movimento de explosão, que é necessário para um velocista. É um treino bom, mas não por muito tempo.

Em março deste ano houve uma competição Norte/Nordeste, em Natal, onde tive a chance de pisar novamente na pista, depois de dois anos afastada. Ganhei as provas e gostei das minhas marcas, isso motivou a me inscrever no Mundial. Agora, com as pistas abertas, vou tentar treinar para o Troféu Brasil que vai acontecer em setembro, em Santa Catarina, e para o Sul Americano, em novembro, na Colômbia, Bogotá.

  1. Qual recado você gostaria de deixar para os colegas que desejam ter uma melhor performance no atletismo?

Acho que para ter uma boa performance, em qualquer coisa na vida, o primeiro passo é se apaixonar pelo que faz, porque assim, o restante, vem sozinho. O entusiasmo, vencer os obstáculos, vencer as dores do treino e conseguir força para treinar bastante são consequências!

 

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