Notícias

Imbatíveis por três anos: Como o Rio Grande do Sul saiu de 21º colocado para campeão geral da ONJT?

Publicado em:

Imbatíveis por três anos: Como o Rio Grande do Sul saiu de 21º colocado para campeão geral da ONJT?

Os últimos três anos da Olimpíada Nacional da Justiça do Trabalho (ONJT) foram de ouro para a delegação do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região, do Rio Grande do Sul, após a conquista, consecutiva, do título de campeão geral do evento. Posição que deixou os adversários curiosos e querendo saber qual estratégia foi utilizada para o acúmulo de vitórias. É que até 2014, a delegação sulista era bem variável no ranking geral e já chegou a ficar, por dois anos consecutivos, em 21º lugar, quase na última colocação.

A chave começou a mudar mesmo a partir de 2015, na edição de Goiânia, quando a equipe saltou para o 8º lugar. Na ocasião, foram 10 medalhas de ouro, entre elas, 6 de atletismo, o carro-chefe dos gaúchos nas últimas edições. Em 2016, bateram na trave do 2º lugar na classificação geral, com 38 ouros. Destes, 32 vindos dos corredores. Os anos seguintes, 2017, 2018 e 2019, foram os anos em que eles conquistaram o primeiro lugar na classificação geral, graças, em grande parte, ao referido esporte. Foram, respectivamente, 33, 21 e 46 ouros só no atletismo.

A ideia de fortalecer a modalidade surgiu do atleta Assis Portela, corredor há mais de 38 anos, após observar que existia uma excelente oportunidade de desenvolvimento da delegação. Frequentador da Olimpíada desde a edição de 2007, na Paraíba, Assis relata que o foco dos colegas de Tribunal estava apenas nos esportes coletivos.

Foram anos de trabalho até fazer os atletas entenderem a importância de uma equipe grande no atletismo. Pois, na visão dele, quanto mais medalhas, mais os atletas ficariam motivados nas disputas e cada vez mais a delegação aumentaria. Assis acertou.

Jeferson Matos foi um dos convencidos. Servidor do TRT4-RS desde 2010, ele nunca tinha ouvido falar sobre a Olimpíada Nacional da Justiça do Trabalho até conhecer Assis. O mesmo aconteceu com Marcelo Zambiasi, à época servidor recém-chegado no Tribunal e também convencido por Assis a disputar no esporte. Os dois tiveram o primeiro contato com o evento em 2015, na edição em que o Rio Grande do Sul começou a mostrar força.

Segundo Zambiasi, um fator que impulsionou a delegação foram os novos servidores, que chegaram em 2014. “Tivemos vários novos integrantes jovens, que gostavam de esportes. O Assis era a pessoa que colocava valor e paixão no atletismo, só que tínhamos algumas dificuldades, como a geográfica. Ele era do interior, então não tinha tanto alcance na capital”, contou.

Após a primeira experiência dos novatos na Olimpíada de 2015 e a motivação de alcançar o 8º lugar, a equipe decidiu investir pesado no atletismo, o que deixou Assis bem animado. “No mês seguinte à competição já contratamos um treinador e passamos a treinar duas vezes por semana. A equipe ficou unida e cada vez mais motivada”, disse.

Nos primeiros meses, Zambiasi se dispôs a coordenar os treinos e fazer a divulgação na capital rio grande sulense e assim o grupo foi crescendo, com a divulgação boca a boca. “Éramos meio que caça-talentos atrás de colegas que tivessem alguma aptidão e quisessem participar da modalidade. Tínhamos também a intranet onde usávamos para convidar colegas para os treinos.”, detalhou. De acordo com Jeferson Matos, um dos diferenciais também foi compartilhar os treinos com os colegas dos interiores por e-mail ou WhatsApp, assim eles conseguiam seguir o mesmo ritmo.

Dos treinos ao primeiro lugar

Foram 13 meses seguidos de treinos semanais até a chegada da Olimpíada Nacional da Justiça do Trabalho em Natal, em 2016. A disciplina, a união e a busca pelo conhecimento quase deram aos gaúchos o primeiro troféu de ouro em mais de 10 anos de participação na competição, mas eles bateram na trave.

Os sulistas novamente permaneceram focados no atletismo e, na modalidade, ficaram em 1º lugar, com 32 ouros. Mas perderam na classificação geral por apenas 3 medalhas de ouro para o TRT21-RN, que investiu com força na natação e teve uma boa colocação nos outros esportes.

‘Quase chegar lá’ foi o suficiente para provar aos gaúchos de que eles estavam no caminho certo. Apesar dos desafios enfrentados como verba para pagar o treinador e, semanalmente, encontrar pista de atletismo disponível, eles não pararam. “De um ano para o outro quase levamos o troféu geral pelo desempenho no atletismo, que foi muito forte. E daí a gente continuou organizado, mantendo os treinos, a constância, quase nem parávamos nos recessos e assim foi indo”, detalhou Zambiasi.

Até que chegou o ouro. E até então não parou mais. Em 2019, foram 140 medalhas, 97 só de atletismo. Para Assis, ver a delegação tão empenhada no esporte é um orgulho. “Conseguimos excelentes resultados pela motivação e disciplina muito forte dos mesmos atletas. Por isso que manteve essa hegemonia e, ao que tudo indica, pelo que vejo e tenho ouvido, vamos forte para Blumenau. Acho que a gente ganha.”, finalizou.

  • Compartilhar:

Voltar